Reforma Tributária: a hora de agir é agora!

Publicado em 08 de agosto de 2025
Contábeis

Novo modelo tributário será adotado a partir de janeiro de 2026, e empresas que não estejam aderentes podem sofrer com aumento de tributos

A Revista Capital Econômico, em sua edição de 30 de julho de 2025, divulgou os resultados da pesquisa produzida pela NTT Data, com mais de 1.600 gestores, e revela um cenário de incertezas para as empresas brasileiras em relação à Reforma Tributária: 38% das empresas não fizeram nada, e 20% ainda pensam como implantá-la. 

Com 58% das companhias, portanto, ignorando ou ainda tentando entender os impactos das novas leis, fica claro que a transição para o novo modelo tributário é complexa, e quem não se preparar adequadamente poderá incorrer em fortes prejuízos e consequências aos seus negócios.

Um dos principais desafios é a coexistência dos sistemas tributários antigos e novos por sete anos. Essa sobreposição complica os processos internos e aumenta os custos de contribuição, exigindo que as empresas invistam na atualização de seus sistemas de ERP e na reformulação de contratos. Essa adaptação tecnológica e legal é crucial para garantir a conformidade e evitar penalidades.

Outro ponto crítico é o período de transição, que começa em 2026. Essa fase é essencial para que as empresas ajustem seus processos financeiros. No entanto, apenas 24% das empresas já estão implementando mudanças, o que indica uma reação lenta ao novo cenário. Proatividade neste momento pode ser um diferencial competitivo.

O split payment, obrigatório no varejo, traz vantagens e desafios. Ao automatizar a cobrança de impostos, promete reduzir atrasos e sonegação, mas pode impactar negativamente o capital de giro. Assim, um planejamento financeiro robusto é essencial para mitigar esses efeitos e garantir a saúde financeira do negócio.

É crucial que as empresas não apenas acompanhem as mudanças, mas também invistam na capacitação de suas equipes contábeis. Estabelecer novas diretrizes e atualizar constantemente o conhecimento dos profissionais são passos fundamentais para a conformidade com as novas regras.

Em suma, a Reforma Tributária, apesar de complexa, oferece uma oportunidade única para modernização e eficiência. O sucesso depende de um planejamento estratégico bem elaborado, que considere desafios e oportunidades. As empresas que se adaptarem rapidamente poderão não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente econômico competitivo.

Se antecipar é a solução

Com a iminente implementação da Reforma Tributária, as empresas brasileiras enfrentam um momento crucial para garantir sua sustentabilidade e competitividade. A complexidade das mudanças exige uma resposta estratégica e bem planejada. Então, o que fazer agora?

Primeiramente, é vital que as empresas avaliem as mudanças nos processos internos e elaborem um orçamento para a adaptação. Essa análise permitirá identificar as áreas que demandam mais atenção e investimento, evitando surpresas desagradáveis no futuro. Um planejamento financeiro detalhado é essencial para garantir que todos os recursos necessários estejam alocados de forma eficiente.

Projetar cenários para a carga tributária é o próximo passo. Compreender os impactos diretos no negócio permite que as empresas se preparem para diferentes possibilidades, evitando riscos desnecessários. Essa projeção deve ser acompanhada da identificação de oportunidades fiscais, minimizando a perda de créditos com a extinção dos tributos atuais.

Além disso, é crucial desenvolver estratégias para monetizar créditos acumulados antes da mudança. Essa antecipação pode gerar um alívio financeiro importante e proporcionar uma vantagem competitiva significativa. As empresas devem ser proativas, buscando formas de otimizar seus ativos fiscais.

O mapeamento dos processos tributários e das áreas impactadas, como Compras, Logística, Vendas e TI, é igualmente essencial. Compreender como cada setor será afetado permite uma abordagem mais coordenada e eficaz na implementação das mudanças necessárias.

Identificar operações e sistemas utilizados, implementando as parametrizações necessárias, é uma tarefa que não pode ser negligenciada. A tecnologia deve ser uma aliada nesse processo, garantindo que os sistemas estejam atualizados e em conformidade com as novas exigências legais.

Por último, mas não menos importante, é necessário analisar a rede logística. As mudanças, como a extinção de benefícios fiscais e a introdução de novos parâmetros tributários, podem afetar significativamente a cadeia de suprimentos. Uma análise detalhada permitirá ajustes que mantenham a eficiência operacional.

Em resumo, a Reforma Tributária impõe desafios, mas também abre um leque de oportunidades para as empresas se modernizarem e se tornarem mais competitivas. A chave para o sucesso está em agir agora, com estratégia e visão de longo prazo, em consonância com a sabedoria popular que afirma que quem chega primeiro, bebe água limpa. 

As empresas que se prepararem adequadamente não apenas sobreviverão, mas prosperarão em um ambiente econômico em transformação.

*Edgar Madruga é auditor, tributarista consultivo e sócio da BSSP Consulting

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